Aos 7 de julho de 1990, a música brasileira perdia um grande artista: Agenor de Miranda Araújo Neto, conhecido como Cazuza.
Cazuza foi um notável cantor, compositor, poeta e letrista que conseguiu fazer história em seus 32 anos de vida. Nascido em berço musical, sendo filho de um conhecido produtor fonográfico (João Araújo), Cazuza trabalhou na Som Livre, no departamento artístico, fazendo a triagem de fitas de novos artistas, e na assessoria de imprensa, escrevendo os releases de divulgação.
Em 1980, ele ingressou em um grupo de teatro e fez sua primeira apresentação pública, cantando. Nesta época, Leo Jaime o indicou à vocalista para compor uma banda de rock que estava em formação, o Barão Vermelho.
A banda, composta por Cazuza, Roberto Frejat, Dé Palmeira, Maurício Barros e Guto Goffi, a princípio tocava covers, mas não demorou para que Cazuza e Roberto Frejat passassem a compor e, em 1982, o Barão Vermelho lançou seu primeiro disco. Este álbum de estreia possuía canções como: “Posando de Star”, “Down em Mim”, “Certo Dia na Cidade”, “Ponto Fraco”, “Todo Amor que Houver Nesta Vida” e “Bilhetinho Azul”.
No ano seguinte, a banda lançou seu segundo álbum: Barão Vermelho 2. Com uma produção de qualidade superior ao primeiro, este disco ficou conhecido principalmente pela faixa “Pro Dia nascer Feliz” – que foi regravada por Ney Matogrosso e marcou a entrada da banda nas rádios.
Em seguida, o Barão Vermelho foi convidado a compor e gravar o tema do filme “Bete Balanço” e a canção se tornou um dos grandes hits da história da banda. Em 1984 eles lançaram o terceiro álbum, contendo as seguintes as faixas: “Maior Abandonado”, “Por Que a Gente é Assim?” e “Bete Balanço”.
Em janeiro de 1985, a banda se apresentou no Rock in Rio, no dia em que houve a eleição de Tancredo Neves e que marcou o fim da ditadura. Em julho, Cazuza optou por seguir carreira solo sob a justificativa de querer ter liberdade para compor e se expressar, musical e poeticamente. Em novembro do mesmo ano, Cazuza já teve seu álbum de estreia (solo) lançado: Exagerado – composto pela faixa que dava nome ao disco e outras mais, como “Codinome Beija-Flor”, “Balada de um Vagabundo”, “Mal Nenhum” e “Só as Mães São Felizes” (que foi vetada pela censura, na época).
Em 1987 lançou seu segundo disco solo, composto por músicas como: “Só Se For a Dois”, “O Nosso Amor a Gente Inventa (Estória Romântica)” e “Solidão Que Nada”.
Em 1988 o artista lançou dois discos: O Tempo Não Pára (Ao Vivo) e Ideologia. As principais faixas dos dois álbuns foram: “Ideologia”, “Brasil”, “Faz Parte do Meu Show”, “O Tempo Não Pára”.
Vale pontuar que a letra de “Ideologia” foi uma das primeiras escritas por Cazuza após ter se descoberto soropositivo e ela possui um verso muito característico do momento em que o cantor passava: “o meu prazer agora é risco de vida”.
Em 1989, mesmo com a saúde bastante debilitada, Cazuza gravou seu último álbum: Burguesia. A gravação exigiu muito esforço do cantor que já estava com a voz enfraquecida e que se locomovia por meio de cadeira de rodas. Diz-se que algumas músicas ele chegou a gravar deitado, mas o artista se esforçou e lançou 20 novas canções que compuseram o disco.
Após sua morte, mais alguns álbuns foram lançados com algumas músicas inéditas e versões de canções que já haviam sido gravadas. Mas, o ponto é: Cazuza teve um impacto significante na música popular brasileira e suas obras merecem ser recordadas.
Por este motivo, eu criei uma playlist no Spotify com todas as faixas que aqui foram citadas. Caso tenha interesse, ela pode ser acessada CLIQUE AQUI.
Encerro com um trecho da música que deu nome ao artigo: