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Locavorismo: restaurantes e chefs de cozinha aderem a essa ideia

Locavorismo restaurantes e chefs

Para contar um pouco da sua opinião e vivência “dentro” do locavorismo, o convidado da semana para uma entrevista foi o Chef Vitor Rabelo.
Vitor é especialista em cozinha brasileira, trabalha como professor de gastronomia no Senac – Campos do Jordão e atua como Chef de cozinha na Fazenda Santa Vitória.

1. O que é o locavorismo para você? 

“Locavorismo é nada mais que uma atitude consciente com o conceito de sustentabilidade e saudabilidade, consumir o produto ou ingrediente local, além de na maioria das vezes ser mais saudável, você está desenvolvendo a economia local, ajudando e fomentando pequenos produtores, consequentemente a região pode ter outros braços como por exemplo um desenvolvimento pessoal/ negócios.”

2. Com a sua visão de chef de cozinha, o que o locavorismo pode agregar na gastronomia?

 “Quem trabalha com esse conceito, além de abraçar uma causa da humanidade e de consumo sustentável , fomenta cada vez mais seu conceito que ligado a gastronomia desenvolve um papel ainda mais fundamentado, gera uma cadeia de produto e produtor x chef de cozinha / criação = consumidor final que abraça essa causa, muita das vezes ainda não conhece uma cozinha de produtos locais , e nisso desenvolvemos uma cadeia produtiva de criação com a presença do chef que esta cada dia mais sendo desenvolvida e vista.”

3. Como o locavorismo interfere no seu processo de criação?

“Interfere no momento da sazonalidade, temos que entender que o produto local, seja ele qual for tem seu tempo, ou seja quando trabalhamos isso na gastronomia temos que ser super acessiveis a mudanças, trocas constantes e trabalhar com aquele ingrediente da época, que estará com certeza mais fresco e o resutado final será muito melhor, em um prato de um chef 50 % do resultado final é por conta de um bom ingrediente.”

4. Diante do momento em que estamos passando (pandemia), “praticar” o locavorismo está sendo mais fácil ou difícil?

“Acredito que muitas pessoas estão ajudando os pequenos produtores, pequenos negócios neste momento difícil, ainda temos muito que caminhar nessa tendência, mas vemos muitos movimentos locais muito interessantes, o ato de se alimentar irá mudar, as pessoas irão se importar cada dia mais com o que vão comer, e da onde veio, como foi manipulado, qual a história deste produto, e isso é incrível, a tendência agora é comida simples e bem feita.”

5. Conte-nos uma de suas experiência com o locavorismo.

“Bom, como chef de cozinha e professor de gastronomia, o meu trabalho com o consumo local e desenvolvimento regional acontece desde 2014.
Tenho um projeto que chama Saberes da mantiqueira no qual temos que  entender o que se come, auxiliar a compreender melhor o mundo em que se vive, e as razões de muitas das escolhas feitas. A todo momento, as crianças e adolescentes sofrem a influência de fatores midiáticos que as induzem a consumir determinado tipo de alimento, geralmente ligado à indústria alimentar e às grandes redes de fast food. Fazer com que a reflexão sobre os alimentos que consumimos conduz a uma preocupação permanente é mais  do  que  uma  responsabilidade  social  corporativa, conhecendo e valorizando o produtor e o processo produtivo.  Essa  é  a  razão  e  o  sentido  principal  desse  projeto, conhecer  e  valorizar  os  produtores de  alimento  na  região  da  Serra  da  Mantiqueira,  divulgando  seu trabalho  e  aproximando-os  da  universidade,  dos  alunos  e  parceiros;  dessa  forma,  contribuindo  para  o registro   dos   saberes   e   sabores   autênticos   presentes   na   identidade   culinária   regional   e   para   ofortalecimento do terroir da Mantiqueira. Através de visitas, utilizando as ferramentas de pesquisa de campo, o objetivo é registrar processos que envolvam a gastronomia regional, ressaltando os aspectos curiosos, inusitados e pouco divulgados;
Sou também Chef de cozinha da Fazenda Santa Vitoria, a união entre a Fazenda e o Chef Vitor Rabelo tem como foco os ingredientes de produção própria e de produtores locais, refeições que acompanham o ciclo das estações, a sazonalidade e o clima. O requinte está na verdade e na simplicidade.”

6. O que você diria para os chefs de cozinha/ cozinheiros que ainda não praticam ó locavorismo? 

“Vale a pena fomentar esse conceito, além de ser um grande gesto sua criação e várias amizades irão surgir nesse processo. Temos que cada vez mais nos aproximar da natureza e dos fatores naturais da alimentação.”

Ficou mais fácil de entender o porquê do locavorismo ser tão importante? Todos nós podemos fazer parte dessa “corrente”, os benefícios são para todos, quem produz, quem compra, quem consome, e o mais importante, para quem sustenta essa cadeia, o meio ambiente.

Fiquem ligados, para a próxima matéria tem indicação de pequenos produtores do sul de minas! Se você conhece algum pequeno produtor, não deixe de contar para a gente, ele pode ser o próximo a aparecer por aqui!

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